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Tutorial: Como Realizar Devolução de Vendas no Ultra Gestão

Neste vídeo, mostramos como realizar o processo de devolução de vendas e o abatimento do crédito em futuras de compras.

Para iniciar o processo, acesse o menu Vendas e clique em Devolução de Vendas. Informe o número da venda ou da nota fiscal. Caso o cliente não tenha esses dados, você pode buscar pelo nome, CPF ou CNPJ no campo cliente. Selecionando a operação, clique Enter para prosseguir.

Na tela de devolução, você verá os produtos que o cliente está devolvendo. Caso precise, utilize a tecla S3 para abrir as vendas e selecionar as que deseja. Utilize a lupinha azul para exibir todas as vendas realizadas com os detalhes, como datas e valores. Uma vez selecionada a venda, clique em Selecionar, e os produtos aparecerão abaixo. Se o cliente devolver apenas um produto, remova os que não serão devolvidos.

Após definir os produtos devolvidos, clique em Gravar. O sistema irá trazer automaticamente o vendedor da venda original e a condição da transação. No campo Observações, aparecerá uma mensagem informando sobre a devolução correspondente. O sistema irá configurar automaticamente o crédito para ser utilizado em futuras compras, podendo alterar a data de vencimento.

Para abater o crédito, vá à tela de Vendas e informe o cliente. O sistema indicará os valores em aberto. Selecione os produtos que o cliente estará levando e conclua com a ação de Gravar. O sistema notifica que o cliente possui crédito de devolução e permite abater esse valor na nova compra. Selecione a forma de pagamento, que pode incluir dinheiro e cartão.

Ao realizar o recebimento, clique em Abatimentos para registrar a utilização do crédito. Indique a quantia que o cliente pagou em cartão e o restante em dinheiro. O sistema fará os cálculos necessários, e ao clicar em Gravar, a devolução e o abatimento estarão finalizados.

Agradecemos pela sua atenção e esperamos que esse tutorial tenha sido útil.

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Como corrigir uma nota fiscal com NCM incorreto no Ultra Gestão

Nesse tutorial, você irá aprender como corrigir uma nota fiscal que apresenta NCM incorreto no sistema Ultra Gestão.

Para corrigir a nota fiscal que está com NCM incorreto, siga os passos abaixo:

  1. Acesse a tela de notificações do sistema onde há uma mensagem informando que existem notas fiscais pendentes. Clique sobre a mensagem para ver detalhes da nota e o motivo da rejeição.
  2. Alternativamente, você pode acessar pelo menu Vendas > Monitoramento > NF-e para abrir a mesma tela.
  3. Identifique qual produto está com o NCM incorreto e verifique na tabela disponível qual o novo NCM que deve ser utilizado.
  4. Vá para o menu Cadastros > Produtos e pesquise o produto que está com o NCM incorreto.
  5. Altere o NCM no cadastro do produto para o que está válido. Se houver variações do produto, atente-se para atualizar o NCM em todas as classificações semelhantes.
  6. Clique no botão Gravar para salvar as alterações.
  7. Após ajustar o NCM, você precisa sincronizar os dados do XML. Clique em Sincronizar.
  8. Com a sincronização concluída, utilize o botão Reenviar para enviar novamente a nota fiscal.
  9. Após o envio, a nota deve ser processada e não aparecer mais na tela de monitoramento de NF-e.
  10. Para imprimir a nota fiscal, acesse novamente o menu Vendas > Consulta Notas Fiscais Emitidas, localize a nota que estava com a rejeição e clique em Imprimir.

Com esses passos, você conseguirá corrigir e reenviar uma nota fiscal que teve seu NCM rejeitado. Lembre-se de sempre manter os dados atualizados para evitar problemas no futuro. Obrigado pela atenção!

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Como Gerar e Digitar Inventário no Sistema – TESTE 2

📦 Entenda o processo de inventário no sistema

O inventário é uma parte fundamental da rotina contábil e de controle de estoque das empresas. Neste vídeo, mostramos passo a passo como você pode gerar o inventário automaticamente com base no saldo atual dos produtos lançados no sistema. Isso é essencial para fornecer à contabilidade dados precisos e atualizados.

🎯 O que você vai aprender:

  • Como gerar o inventário com base nos saldos do sistema
  • Como realizar a digitação do inventário manualmente
  • Como efetuar contagens parciais ou totais de estoque
  • Como visualizar relatórios comparativos entre o saldo anterior e o atual

📹 Assista ao vídeo:

🔍 Dicas importantes:

Para garantir a integridade das informações enviadas à contabilidade, é importante revisar os saldos antes de gerar o inventário. Utilize a digitação manual para corrigir eventuais divergências e aproveite os relatórios de comparação para identificar ajustes necessários.

Este processo contribui diretamente para uma gestão de estoque mais eficiente, melhora na acurácia das informações fiscais e maior segurança nos dados transmitidos para o contador.


💡 Este vídeo é parte da nossa série de tutoriais sobre o sistema. Acompanhe outros conteúdos para dominar cada etapa da gestão empresarial.

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Como Gerar e Digitar Inventário no Sistema – Guia Completo

📦 Entenda o processo de inventário no sistema

O inventário é uma parte fundamental da rotina contábil e de controle de estoque das empresas. Neste vídeo, mostramos passo a passo como você pode gerar o inventário automaticamente com base no saldo atual dos produtos lançados no sistema. Isso é essencial para fornecer à contabilidade dados precisos e atualizados.

🎯 O que você vai aprender:

  • Como gerar o inventário com base nos saldos do sistema
  • Como realizar a digitação do inventário manualmente
  • Como efetuar contagens parciais ou totais de estoque
  • Como visualizar relatórios comparativos entre o saldo anterior e o atual

📹 Assista ao vídeo:

🔍 Dicas importantes:

Para garantir a integridade das informações enviadas à contabilidade, é importante revisar os saldos antes de gerar o inventário. Utilize a digitação manual para corrigir eventuais divergências e aproveite os relatórios de comparação para identificar ajustes necessários.

Este processo contribui diretamente para uma gestão de estoque mais eficiente, melhora na acurácia das informações fiscais e maior segurança nos dados transmitidos para o contador.


💡 Este vídeo é parte da nossa série de tutoriais sobre o sistema. Acompanhe outros conteúdos para dominar cada etapa da gestão empresarial.

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CINCO PILARES DE SUCESSO NA GESTÃO DE EMPRESAS DE CONSULTORIAS

Na dinâmica e competitiva das empresas de consultoria, a eficácia da gestão empresarial desempenha um papel crucial no sucesso e crescimento das organizações. Neste artigo, exploraremos os cinco pilares fundamentais para alcançar excelência na gestão de empresas de consultoria. Desde a centralização e facilidade na gestão até a busca constante por inovação e melhoria contínua, esses pilares constituem a base para enfrentar os desafios e alcançar o sucesso sustentável neste setor em constante evolução:

  1. A centralização e a facilidade na gestão de projetos de consultoria são fundamentais para garantir a eficiência operacional e o sucesso na entrega de resultados. Ao centralizar todas as informações, tarefas e comunicações relacionadas aos projetos em uma única plataforma, as empresas de consultoria conseguem otimizar a coordenação das atividades, promover a colaboração entre as equipes e facilitar o acompanhamento do progresso.

    A centralização da gestão de projetos em uma plataforma integrada oferece uma visão holística e em tempo real do status de cada projeto, permitindo uma tomada de decisão mais ágil e embasada. Além disso, a facilidade na gestão é promovida pela simplificação de processos, automação de tarefas e padronização de fluxos de trabalho, o que reduz erros, retrabalhos e desperdícios de tempo.

    Ao adotar uma abordagem centralizada e facilitada na gestão de projetos, você garantirá maior transparência, eficiência e qualidade na entrega dos serviços aos seus clientes. Isso fortalece a confiança na consultoria e contribui para o estabelecimento de parcerias sólidas e duradouras, impulsionando o crescimento e a reputação da sua empresa no mercado.
  2. Ter relatórios detalhados é primordial na orientação de decisões estratégicas em projetos de consultoria. Ao fornecer análises aprofundadas, métricas relevantes e insights acionáveis, esses relatórios capacitam os clientes a tomarem decisões fundamentadas e direcionadas ao sucesso de seus negócios. No entanto tais informações precisam ser claras e concisas, abordando aspectos como análise de mercado, avaliação de desempenho, projeções financeiras, andamento do projeto, entre outros. Esses relatórios não apenas informam, mas também orientam a implementação de estratégias eficazes, possibilitando que os clientes alcancem seus objetivos de maneira sustentável.

    Ao fornecer relatórios detalhados, você demonstra seu comprometimento com a transparência e a entrega de valor ao seu cliente. A clareza e a profundidade das informações permitem que os clientes compreendam plenamente o panorama atual e futuro de seus negócios, embasando suas decisões em dados concretos.
  3. A integração com outras ferramentas na gestão dos projetos de sua consultoria é essencial para otimizar processos, aumentar a eficiência e garantir a entrega de resultados de alta qualidade. A adoção de sistemas integrados, como plataformas de gestão de projetos, ferramentas de análise de dados e softwares de comunicação, possibilita uma abordagem mais holística e colaborativa na condução dos seus projetos.

    Isso permite que os profissionais acessem e compartilhem informações de forma ágil e precisa, promovendo a colaboração entre as equipes e facilitando a tomada de decisões embasadas em dados atualizados. Além disso, a integração possibilita a automação de tarefas repetitivas, o que reduz o tempo gasto em atividades operacionais e libera recursos para análises mais estratégicas.

    Ao integrar diferentes ferramentas na gestão de projetos, você oferecerá maior transparência aos clientes, fornecendo acesso a informações relevantes em tempo real e demonstrando um alto nível de profissionalismo e organização. Essa abordagem contribui para a excelência na entrega dos projetos, fortalecendo a reputação da consultoria e fomentando relacionamentos duradouros com os clientes.
  4. A segurança e confiabilidade dos dados são aspectos críticos em projetos de consultoria, uma vez que a precisão e integridade das informações são fundamentais para a tomada de decisões estratégicas. É sempre importante adotar medidas robustas para garantir a proteção dos dados confidenciais de seus clientes, bem como assegurar a confiabilidade das informações utilizadas em análises e recomendações.

    A implementação de políticas de segurança da informação, o uso de tecnologias avançadas de proteção de dados e a adoção de boas práticas de gestão da informação são essenciais para mitigar riscos e preservar a integridade dos dados. Além disso, a transparência no tratamento das informações e o cumprimento de regulamentações e padrões de segurança contribuem para reforçar a confiança dos clientes nos projetos de consultoria.

    Ao priorizar a segurança e confiabilidade dos dados, você reforça seu compromisso com a proteção das informações sensíveis e asseguram que as análises e recomendações oferecidas aos clientes sejam embasadas em dados confiáveis e seguros. Essa abordagem reforça a credibilidade da sua empresa e fortalece o relacionamento com os clientes, promovendo parcerias sólidas e mais lucrativas.
  5. A inovação desempenha um papel fundamental em qualquer projeto ou negócio, ela impulsiona a eficácia e a relevância das soluções oferecidas aos clientes. A busca constante por inovação permite que sua empresa se destaque no mercado, desenvolvendo novas abordagens, métodos e tecnologias para atender às necessidades em constante evolução dos seus clientes.

    Ela pode se manifestar de diversas maneiras, desde a implementação de novas ferramentas e tecnologias até a criação de novos modelos de negócios e estratégias personalizadas. A capacidade de inovar permite que as empresas de consultoria ofereçam soluções diferenciadas e adaptadas às demandas específicas de cada cliente, agregando valor e impulsionando o sucesso dos projetos.

    Por outro lado, a melhoria contínua é essencial para garantir que as práticas e processos de consultoria estejam sempre alinhados com as melhores práticas do mercado. Através da melhoria, as empresas de consultoria buscam identificar oportunidades de aprimoramento em suas operações, metodologias e entregas, visando a excelência e a satisfação do cliente.

    Descubra como melhorar a gestão dos seus projetos de consultoria. Solicite uma demonstração hoje mesmo da nossa ferramenta pioneira na gestão de projetos de consultoria!
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O Consultor – Copy 2

Nenhum subgênero tem crescido mais em Hollywood do que a sátira do conflito de classes. Encarnado pela frase “eat the rich” (“coma os ricos”, em tradução literal), o filão é representado por hits de crítica e público como ParasitaThe White LotusThe DropoutThe HumansO Menu e Triângulo da Tristeza – produções, enfim, que olham para a estrutura absurdamente desigual da sociedade capitalista e tiram prazer catártico do ato de destroçá-la, ou ao menos zombar daqueles que estão no topo dela. O Consultor tinha tudo para ser só mais uma entrada nesse nicho que aos poucos vai se desgastando, até pela falta de coisas originais a dizer… mas o roteirista Tony Basgallop tinha outros planos.

Adaptando um livro de 2016 do elusivo autor de horror Bentley Little, o cocriador de Servant parece reconhecer a saturação do “eat the rich” e procurar obstinadamente pelo próximo passo dessa narrativa comum que tem se desenvolvido na cultura pop. O que ele encontra é, previsivelmente, um oceano de ambiguidades escondido por trás dos absolutos que predicam a sátira. A tempo: a ideia de O Consultor não é argumentar que os ricos merecem nossa piedade, mas sim mostrar que, quando estamos todos presos há tanto tempo dentro de um sistema que nos deixa impotentes para transformá-lo, o que nos resta senão jogar pelas regras dele da melhor maneira que podemos?

Este é basicamente o dilema encarado por Elaine (Brittany O’Grady) e Craig (Nat Wolff) quando o chefe do estúdio de games onde ambos trabalham é brutalmente assassinado. Na mesma noite do ocorrido, o misterioso Regus Patoff (Christoph Waltz) chega ao escritório com um contrato assinado pelo falecido CEO, se declarando o responsável por conduzir a empresa neste momento de crise e direcioná-la para um futuro lucrativo. Impiedoso ao ponto da perversidade em suas estratégias de gerenciamento, Patoff não demora para colocar a empresa, e a vida dos dois protagonistas, de cabeça para baixo.

Basgallop, que escreve sozinho os oito episódios dessa primeira temporada, permite que a sensação opressiva de um ambiente de trabalho controlado na base do medo se infiltre aos poucos pela série. O Consultor entende que o mundo corporativo pautado por regras de competição selvagem, até por fazer parte do dia-a-dia dos funcionários (quanto menos tempo fora do escritório, melhor!), promove uma degradação progressiva das regras de civilidade e dos limites do absurdo, eventualmente até dissolvendo a noção de um mundo fora daquela lógica mate-ou-morra-e-às-vezes-faça-os-dois proposta pelo chefe. O ser humano se acostuma com cada coisa, não é mesmo?

É justamente essa maleabilidade que o roteirista confronta nos episódios finais, desenhando arcos opostos para Elaine e Craig, um se aproximando da cumplicidade com Patoff enquanto o outro se coloca em rota de colisão com ele. O Consultor, no entanto, não se rende a caracterizações fáceis de heroísmo e vilania, se aproveitando inclusive da ambivalência natural que Christoph Waltz deposita em suas performances – nas mãos do homem que fez de Hans Landa (de Bastardos Inglórios) um dos vilões mais compulsivamente assistíveis da história do cinema, a crueldade de Patoff é muito mais ordinária, quase protocolar, do que é revoltante.

Com um sorriso sempre no rosto, e o timing perfeito de suas respostas curtas e grossas às presunções de gentileza que os outros personagens por vezes, inocentemente, fazem dele, o “vilão” de O Consultor é um agente do sistema, e não uma anomalia dentro dele. Sua franqueza é quase refrescante, despindo-se das pretensões benfeitoras da linguagem corporativa e expondo a incongruência fundamental entre os interesses empresariais e a própria sobrevivência humana. Acontece que somos todos engrenagens desse sistema, e não há qualquer saída dele à vista, então que escolha temos a não ser abraçá-lo, aprender a entendê-lo como belo através de alguma ginástica retórica?

Até para não sobrecarregar uma narrativa que faz um trabalho de elaboração cultural tão intenso, O Consultor não ousa na forma: os capítulos ágeis de meia hora são dirigidos de forma precisa e sofisticada, mas nada audaciosa, por nomes como Karyn Kusama (Yellowjackets), Daniel Attias (The Wire) e Matt Shakman (Game of Thrones). São diretores competentes, escolhidos a dedo em meio ao ambiente da prestige TV, tanto a fim de encaixar a série em um padrão estético que vá atrair o espectador acostumado com essa dieta cultural quanto a fim de mantê-lo assistindo, fascinado por um mistério que, no fim das contas, não é o que realmente importa na história.

A solução do plot de O Consultor não é elaborada ou surpreendente, mas a série é bem-sucedida em transcender aquela satisfação cármica passageira que Hollywood anda fornecendo em suas sátiras capitalistas, para um público cada vez mais anestesiado. Ao invés disso, o que ela faz é muito mais perturbador, e muito mais interessante: uma poetização daquele abraço resignado a que todos nós somos obrigados a recorrer quando lidando com um sistema inescapável que pode nos matar a qualquer momento – e que, de fato, está nos matando aos poucos o tempo todo.

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O Consultor – Copy

Nenhum subgênero tem crescido mais em Hollywood do que a sátira do conflito de classes. Encarnado pela frase “eat the rich” (“coma os ricos”, em tradução literal), o filão é representado por hits de crítica e público como ParasitaThe White LotusThe DropoutThe HumansO Menu e Triângulo da Tristeza – produções, enfim, que olham para a estrutura absurdamente desigual da sociedade capitalista e tiram prazer catártico do ato de destroçá-la, ou ao menos zombar daqueles que estão no topo dela. O Consultor tinha tudo para ser só mais uma entrada nesse nicho que aos poucos vai se desgastando, até pela falta de coisas originais a dizer… mas o roteirista Tony Basgallop tinha outros planos.

Adaptando um livro de 2016 do elusivo autor de horror Bentley Little, o cocriador de Servant parece reconhecer a saturação do “eat the rich” e procurar obstinadamente pelo próximo passo dessa narrativa comum que tem se desenvolvido na cultura pop. O que ele encontra é, previsivelmente, um oceano de ambiguidades escondido por trás dos absolutos que predicam a sátira. A tempo: a ideia de O Consultor não é argumentar que os ricos merecem nossa piedade, mas sim mostrar que, quando estamos todos presos há tanto tempo dentro de um sistema que nos deixa impotentes para transformá-lo, o que nos resta senão jogar pelas regras dele da melhor maneira que podemos?

Este é basicamente o dilema encarado por Elaine (Brittany O’Grady) e Craig (Nat Wolff) quando o chefe do estúdio de games onde ambos trabalham é brutalmente assassinado. Na mesma noite do ocorrido, o misterioso Regus Patoff (Christoph Waltz) chega ao escritório com um contrato assinado pelo falecido CEO, se declarando o responsável por conduzir a empresa neste momento de crise e direcioná-la para um futuro lucrativo. Impiedoso ao ponto da perversidade em suas estratégias de gerenciamento, Patoff não demora para colocar a empresa, e a vida dos dois protagonistas, de cabeça para baixo.

Basgallop, que escreve sozinho os oito episódios dessa primeira temporada, permite que a sensação opressiva de um ambiente de trabalho controlado na base do medo se infiltre aos poucos pela série. O Consultor entende que o mundo corporativo pautado por regras de competição selvagem, até por fazer parte do dia-a-dia dos funcionários (quanto menos tempo fora do escritório, melhor!), promove uma degradação progressiva das regras de civilidade e dos limites do absurdo, eventualmente até dissolvendo a noção de um mundo fora daquela lógica mate-ou-morra-e-às-vezes-faça-os-dois proposta pelo chefe. O ser humano se acostuma com cada coisa, não é mesmo?

É justamente essa maleabilidade que o roteirista confronta nos episódios finais, desenhando arcos opostos para Elaine e Craig, um se aproximando da cumplicidade com Patoff enquanto o outro se coloca em rota de colisão com ele. O Consultor, no entanto, não se rende a caracterizações fáceis de heroísmo e vilania, se aproveitando inclusive da ambivalência natural que Christoph Waltz deposita em suas performances – nas mãos do homem que fez de Hans Landa (de Bastardos Inglórios) um dos vilões mais compulsivamente assistíveis da história do cinema, a crueldade de Patoff é muito mais ordinária, quase protocolar, do que é revoltante.

Com um sorriso sempre no rosto, e o timing perfeito de suas respostas curtas e grossas às presunções de gentileza que os outros personagens por vezes, inocentemente, fazem dele, o “vilão” de O Consultor é um agente do sistema, e não uma anomalia dentro dele. Sua franqueza é quase refrescante, despindo-se das pretensões benfeitoras da linguagem corporativa e expondo a incongruência fundamental entre os interesses empresariais e a própria sobrevivência humana. Acontece que somos todos engrenagens desse sistema, e não há qualquer saída dele à vista, então que escolha temos a não ser abraçá-lo, aprender a entendê-lo como belo através de alguma ginástica retórica?

Até para não sobrecarregar uma narrativa que faz um trabalho de elaboração cultural tão intenso, O Consultor não ousa na forma: os capítulos ágeis de meia hora são dirigidos de forma precisa e sofisticada, mas nada audaciosa, por nomes como Karyn Kusama (Yellowjackets), Daniel Attias (The Wire) e Matt Shakman (Game of Thrones). São diretores competentes, escolhidos a dedo em meio ao ambiente da prestige TV, tanto a fim de encaixar a série em um padrão estético que vá atrair o espectador acostumado com essa dieta cultural quanto a fim de mantê-lo assistindo, fascinado por um mistério que, no fim das contas, não é o que realmente importa na história.

A solução do plot de O Consultor não é elaborada ou surpreendente, mas a série é bem-sucedida em transcender aquela satisfação cármica passageira que Hollywood anda fornecendo em suas sátiras capitalistas, para um público cada vez mais anestesiado. Ao invés disso, o que ela faz é muito mais perturbador, e muito mais interessante: uma poetização daquele abraço resignado a que todos nós somos obrigados a recorrer quando lidando com um sistema inescapável que pode nos matar a qualquer momento – e que, de fato, está nos matando aos poucos o tempo todo.

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O Consultor

Nenhum subgênero tem crescido mais em Hollywood do que a sátira do conflito de classes. Encarnado pela frase “eat the rich” (“coma os ricos”, em tradução literal), o filão é representado por hits de crítica e público como ParasitaThe White LotusThe DropoutThe HumansO Menu e Triângulo da Tristeza – produções, enfim, que olham para a estrutura absurdamente desigual da sociedade capitalista e tiram prazer catártico do ato de destroçá-la, ou ao menos zombar daqueles que estão no topo dela. O Consultor tinha tudo para ser só mais uma entrada nesse nicho que aos poucos vai se desgastando, até pela falta de coisas originais a dizer… mas o roteirista Tony Basgallop tinha outros planos.

Adaptando um livro de 2016 do elusivo autor de horror Bentley Little, o cocriador de Servant parece reconhecer a saturação do “eat the rich” e procurar obstinadamente pelo próximo passo dessa narrativa comum que tem se desenvolvido na cultura pop. O que ele encontra é, previsivelmente, um oceano de ambiguidades escondido por trás dos absolutos que predicam a sátira. A tempo: a ideia de O Consultor não é argumentar que os ricos merecem nossa piedade, mas sim mostrar que, quando estamos todos presos há tanto tempo dentro de um sistema que nos deixa impotentes para transformá-lo, o que nos resta senão jogar pelas regras dele da melhor maneira que podemos?

Este é basicamente o dilema encarado por Elaine (Brittany O’Grady) e Craig (Nat Wolff) quando o chefe do estúdio de games onde ambos trabalham é brutalmente assassinado. Na mesma noite do ocorrido, o misterioso Regus Patoff (Christoph Waltz) chega ao escritório com um contrato assinado pelo falecido CEO, se declarando o responsável por conduzir a empresa neste momento de crise e direcioná-la para um futuro lucrativo. Impiedoso ao ponto da perversidade em suas estratégias de gerenciamento, Patoff não demora para colocar a empresa, e a vida dos dois protagonistas, de cabeça para baixo.

Basgallop, que escreve sozinho os oito episódios dessa primeira temporada, permite que a sensação opressiva de um ambiente de trabalho controlado na base do medo se infiltre aos poucos pela série. O Consultor entende que o mundo corporativo pautado por regras de competição selvagem, até por fazer parte do dia-a-dia dos funcionários (quanto menos tempo fora do escritório, melhor!), promove uma degradação progressiva das regras de civilidade e dos limites do absurdo, eventualmente até dissolvendo a noção de um mundo fora daquela lógica mate-ou-morra-e-às-vezes-faça-os-dois proposta pelo chefe. O ser humano se acostuma com cada coisa, não é mesmo?

É justamente essa maleabilidade que o roteirista confronta nos episódios finais, desenhando arcos opostos para Elaine e Craig, um se aproximando da cumplicidade com Patoff enquanto o outro se coloca em rota de colisão com ele. O Consultor, no entanto, não se rende a caracterizações fáceis de heroísmo e vilania, se aproveitando inclusive da ambivalência natural que Christoph Waltz deposita em suas performances – nas mãos do homem que fez de Hans Landa (de Bastardos Inglórios) um dos vilões mais compulsivamente assistíveis da história do cinema, a crueldade de Patoff é muito mais ordinária, quase protocolar, do que é revoltante.

Com um sorriso sempre no rosto, e o timing perfeito de suas respostas curtas e grossas às presunções de gentileza que os outros personagens por vezes, inocentemente, fazem dele, o “vilão” de O Consultor é um agente do sistema, e não uma anomalia dentro dele. Sua franqueza é quase refrescante, despindo-se das pretensões benfeitoras da linguagem corporativa e expondo a incongruência fundamental entre os interesses empresariais e a própria sobrevivência humana. Acontece que somos todos engrenagens desse sistema, e não há qualquer saída dele à vista, então que escolha temos a não ser abraçá-lo, aprender a entendê-lo como belo através de alguma ginástica retórica?

Até para não sobrecarregar uma narrativa que faz um trabalho de elaboração cultural tão intenso, O Consultor não ousa na forma: os capítulos ágeis de meia hora são dirigidos de forma precisa e sofisticada, mas nada audaciosa, por nomes como Karyn Kusama (Yellowjackets), Daniel Attias (The Wire) e Matt Shakman (Game of Thrones). São diretores competentes, escolhidos a dedo em meio ao ambiente da prestige TV, tanto a fim de encaixar a série em um padrão estético que vá atrair o espectador acostumado com essa dieta cultural quanto a fim de mantê-lo assistindo, fascinado por um mistério que, no fim das contas, não é o que realmente importa na história.

A solução do plot de O Consultor não é elaborada ou surpreendente, mas a série é bem-sucedida em transcender aquela satisfação cármica passageira que Hollywood anda fornecendo em suas sátiras capitalistas, para um público cada vez mais anestesiado. Ao invés disso, o que ela faz é muito mais perturbador, e muito mais interessante: uma poetização daquele abraço resignado a que todos nós somos obrigados a recorrer quando lidando com um sistema inescapável que pode nos matar a qualquer momento – e que, de fato, está nos matando aos poucos o tempo todo.